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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

‘Tropa de elite 2’ estreia mostrando a atual realidade carioca



Wagner Moura já disse que “Tropa de elite 2” é melhor que o primeiro. E é a verdade. O filme choca não pela violência, pelos tiros e matanças, mas pela triste realidade carioca que é mostrada, desta vez, de forma muito mais arrebatadora. Os dias são os de hoje, o que já ambienta ainda mais o público. E, se já não bastasse, vários casos que aconteceram de verdade nos últimos anos no Rio são retratados no longa de José Padilha.
Os olhos fundos e o cabelo branco entregam que Nascimento (Wagner Moura), agora coronel, não é mais aquele garotão que peita todo mundo do filme de 2007. Depois de uma operação em Bangu 1 (que foi recriado em estúdio) que termina mal (e contra as ordens do governador), ele é afastado do Bope. Mas, como o próprio personagem define, Nascimento “cai para cima” e assume um cargo na secretaria de Segurança do Estado.
— São raras as oportunidades no Brasil de se fazer um cinema que abra um debate. “Tropa de elite 2” é um filme que diverte e que faz pensar — afirma a atriz $á Müller, que interpreta a jornalista Clara no filme.
Wagner concorda, e acrescenta:
— Estou muito orgulhoso. Aliar entretenimento com pensamento, com reflexão é importante.
Em “Tropa 2”, Mathias (André Ramiro) sai do Bope (é ele quem cria a confusão na operação do presídio, não respeitando a ordem de Nascimento) e volta a atuar como PM, num batalhão. É Rocha (Sandro Rocha), major atuante da Polícia Militar e miliciano (ele comanda uma comunidade da Zona Oeste chamada Rio das Rochas) quem faz o policial voltar a ser “caveira”. Como? Convencendo Mathias a comandar a invasão a uma outra comunidade, alegando que a bandidagem do local roubou armas de uma delegacia.
— Esse filme é feito de acontecimentos reais. Tem a rebelião, que houve de fato em Bangu 1; a equipe dos jornalistas que foi sequestrada e torturada; o roubo de armas de uma delegacia por integrantes da milícia carioca, que aconteceu de verdade, inclusive na própria delegacia que filmamos… E quase todos os políticos do Rio tem fotos ao lado de milicianos — diz o diretor José Padilha.
Saiba mais

Expectativa para a estreia
O sucesso estrondoso de “Tropa de elite” só faz aumentar a expectativa para a continuação. Apesar de a cópia pirata do primeiro filme ter sido vista por 12 milhões de pessoas, a saga dos homens do Bope fez bonito no cinema: foram 3 milhões de espectadores, que resultaram numa bilheteria de R$ 30 milhões. “Tropa 1” ganhou o Urso de Ouro em Berlim e foi o filme de abertura do Festival do Rio de 2007.
Orçamento milionário
A continuação teve orçamento maior que o primeiro filme (R$ 15 milhões contra R$ 10,5 do original) e vai ocupar cerca de 600 salas, o dobro do anterior.
Filmagens realistas
A cena da ocupação do Morro Dona Marta, feita em fevereiro, assustou os moradores da região, que não foram avisados de que aqueles helicópteros (com voos rasantes), barulhos de tiro e toda a movimentação tratava-se da gravação do filme e não de um tiroteio de verdade.
Aulas de jiu-jítsu
Wagner Moura e Pedro Van Held, pai e filho no filme, já tinham noção de como lutar jiu-jítsu (ambos já fizeram aulas por conta própria), mas tiveram um treinamento especial dom Rickson Gracie.
Presídio fictício
A rebelião que acontece no Complexo Penitenciário de Bangu no filme foi gravada num presídio fictício, que foi recriado num estúdio de 500 metros quadrados em Jacarepaguá.
Episódios reais
A ligação de políticos com a milícia, abordada no filme, é inspirada em casos como o do ex-vereador Jerominho, preso em 2007. Outra citação a episódios reais são as comunidades da Zona Oeste do Rio comandadas por milicianos, como Bata, em Realengo, e Rio das Pedras. A rebelião que aconteceu em 2002, quando bandidos de facções rivais entraram em guerra em Bangu 1, num ataque comandado por Fernandinho Beira-Mar, também serviu como referência. No filme, é o personagem de Seu Jorge, Beirada, quem comanda a rebelião.
Fonte: Sessão Extra

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