“Sansão e Dalila” estreou na última terça-feira com mais audiência (16 pontos de média, pico de 19 e 30% de share) do que “A história de Ester”, a primeira minissérie bíblica exibida pela Record, no ano passado. A expectativa não era diferente. A história do homen com força descomunal e cabelos compridos é muito conhecida por grande parte do público, e foi uma aposta mais certeira da emissora. O interesse já tinha sido despertado e agora era só não decepcionar.
E foi o que aconteceu no capítulo de estreia. Vamos relevar a história contada aos tropeços logo no início do capítulo, sobre o nascimento e a infância de Sansão. A minissérie engrenou mesmo quando Fernando Pavão, na pele do personagem principal, e Mel Lisboa entraram em cena. A atriz surgiu se banhando, saindo da água, com as roupas coladas ao corpo, numa entrada típica de quem é a maior estrela da série. Mais madura, Mel tem a beleza necessária para o papel de Dalila e tem a chance agora, se não a de apagar, mas a de criar outra personagem tão forte como Anita, sua estreia na TV. Aposta da emissora no papel de Sansão, Fernando Pavão revelou no olhar, e não só nos músculos, a força do personagem. Boas escolhas para os papéis mais importantes. Nina de Pádua brilhou como a mãe submissa de Dalila.
Existe uma certa resistência (mais da crítica do que do público) com reconstituições de épocas. Ainda mais, de épocas tão distantes. O risco de parecer tosco ou kitsch é grande. O que se viu foi uma evolução na cenografia e na direção de arte em relação à minissérie “A história de Ester”. Apostar nas cenas externas, como aconteceu na estreia, dá mais veracidade e funcionou com belas imagens e algumas caprichadas tomadas aéreas.
O jovem autor Gustavo Reiz, apesar da aparente pouca experiência, escreveu bons diálogos e criou ganchos de suspense ao longo do primeiro capítulo. Não foi difícil também já se familiarizar com alguns personagens através de detalhes revelados pelo texto e pela direção, que tem João Camargo no comando. No fim da estreia, ficou a vontade de ver mais. Melhor termômetro do que esse ninguém inventou.
Leonardo Ferreira | Blog Telinha
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